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Aquecimento dos oceanos: um alerta urgente para o planeta

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O aumento da temperatura dos oceanos é um dos efeitos mais alarmantes das mudanças climáticas. Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), cerca de 90% do excesso de calor gerado pelas emissões de gases de efeito estufa é absorvido pelos oceanos. Essa retenção térmica está alterando profundamente os ecossistemas marinhos, afetando desde pequenos organismos planctônicos até grandes cadeias alimentares, e impactando diretamente a biodiversidade, a pesca e a economia global.

De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a taxa de aquecimento dos oceanos dobrou desde 1993. Em 2023, os oceanos atingiram o maior nível de calor já registrado, segundo estudo publicado na revista Advances in Atmospheric Sciences. Esse fenômeno, além de provocar eventos extremos, como ciclones mais intensos e elevação do nível do mar, está levando à morte em massa de espécies marinhas e ao colapso de importantes ecossistemas costeiros.

Impactos nos corais e nos ecossistemas marinhos

Os recifes de coral estão entre os ecossistemas mais sensíveis ao aumento da temperatura da água. Quando os oceanos esquentam, os corais sofrem um processo chamado branqueamento — uma resposta ao estresse térmico que leva à expulsão das algas simbióticas responsáveis por sua cor e sua nutrição. Sem essas algas, os corais não sobrevivem por muito tempo.

O ano de 2024 testemunhou o quarto evento global de branqueamento de corais, com registros em mais de 50 países, conforme dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA). Estima-se que, nas últimas décadas, cerca de 50% dos recifes de coral do mundo já tenham sido perdidos. O impacto vai além do aspecto ambiental: os recifes sustentam mais de 25% da biodiversidade marinha e geram alimentos e renda para mais de 500 milhões de pessoas.

Outros organismos marinhos também estão em risco. Espécies de peixes tropicais, por exemplo, migram para águas mais frias em busca de sobrevivência, alterando o equilíbrio ecológico e desestruturando cadeias alimentares. As regiões costeiras de países tropicais são as mais afetadas, justamente onde a dependência da pesca artesanal é maior.

Consequências para a pesca e a segurança alimentar

Com a mudança na distribuição das espécies e a redução da biomassa pesqueira, o aquecimento dos oceanos está comprometendo a pesca mundial. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), mais de 3 bilhões de pessoas dependem do peixe como principal fonte de proteína animal. As comunidades costeiras e os países em desenvolvimento são os mais vulneráveis a essas mudanças.

Em algumas regiões do Atlântico Sul, incluindo a costa brasileira, já se observam alterações significativas nas rotas migratórias de espécies como a sardinha e o atum, fundamentais para a cadeia produtiva da pesca nacional. A queda na produtividade pesqueira impacta diretamente os pequenos pescadores e eleva os custos do pescado para o consumidor final.

Além disso, há implicações econômicas amplas. Um estudo da Nature Climate Change (2022) aponta que os prejuízos anuais à economia global decorrentes do declínio dos recursos marinhos podem ultrapassar US$ 100 bilhões até 2050, se as temperaturas continuarem subindo no ritmo atual.

A importância da conservação e do monitoramento ambiental

Frente a esse cenário, o monitoramento dos oceanos e a proteção de ecossistemas marinhos tornaram-se urgências globais. Ações de mitigação e adaptação são fundamentais: controle das emissões de carbono, ampliação de áreas marinhas protegidas, restauração de habitats costeiros e incentivo à pesca sustentável.

A HIDROSAM, enquanto empresa comprometida com a engenharia ambiental e a sustentabilidade, defende a conscientização sobre a importância dos oceanos para a vida na Terra. Também reforçamos a necessidade de investimento em tecnologias de monitoramento da qualidade da água, controle de poluição e proteção de recursos hídricos, inclusive na zona costeira.

Mais do que um recurso, o oceano é o pulmão azul do planeta. Preservá-lo é uma responsabilidade coletiva — e cada ação conta.

Autor: Assessoria de Comunicação.
Fonte: Hidrosam.